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Aline Scarso,
Da Redação
Representantes do governo e do legislativo de Minas Gerais e do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) realizam nesta quinta-feira (29), em Belo Horizonte, a primeira reunião da comissão que irá discutir as demandas dos professores do estado.
Entre os assuntos está a negociação dos dias paralisados e o cronograma para a reposição de aulas, depois que a categoria suspendeu a greve na noite da última terça-feira (27). A instalação da comissão foi um dos pontos que garantiu o fim da paralisação de 112 dias, a maior da história de Minas Gerais. A implantação imediata do piso nacional do magistério, que era a principal reivindicação da greve, entretanto, ainda não foi conquistada.
O secretário do governo de Antonio Anastasia (PSDB), Danilo Castro, assinou um termo de compromisso, juntamente com a Assembleia Legislativa, no qual reconheceu que Minas Gerais não paga o piso estabelecido em lei.
O executivo também se comprometeu garantir o escalonamento de aumento salarial para a categoria entre os anos de 2012 e 2015 e prometeu não demitir os 248 professores designados, que optaram por cruzar os braços e se somar à greve. Também foi suspenso o projeto de lei de 2.355, que não levava em conta o tempo de trabalho nem a formação do docente para estabelecer uma política de remuneração para a categoria em Minas Gerais.
Segundo Paulo Henrique Santos Fonseca, diretor estadual do Sind-UTE, a comissão instaurada, além de se preocupar com melhoria das condições de educação no estado, também vai discutir se o piso nacional de R$ 1.187 será aplicado para as jornadas de até 40 horas no estado, conforme prevê a lei, ou se Minas vai adotar a proporcionalidade (R$ 712 para 24 horas), conforme quer o governo estadual.
“Nós entramos em greve pela negativa do governo em negociar o piso e isso [a negociação] nós alcançamos. Mas essa primeira rodada da comissão não discutirá isso agora, será mais para discutir os dias e a reposição das aulas e dar uma geral nos temas que serão abordados ao longo do trabalho”, explica.
O Comando de Greve dos professores permanece ativo e se reúne no dia 8 de outubro para avaliar o movimento e o andamento dos trabalhos da comissão.
Com o fim da paralisação, os trabalhadores Marilda de Abreu Araújo e Abdon Geraldo Guimarães suspenderam a greve de fome dos professores que ocorria desde o dia 19 de setembro. O acampamento de cerca de 300 educadores em frente à casa legislativa também terminou, assim como o protesto de 38 professores que se mantinham acorrentados.
Segundo Anastasia, a reposição das aulas, que reiniciaram hoje, pode ocorrer até março do ano que vem.
Dois diretores e 30 vice-direitores perderam seus cargos de chefia por participar do movimento. Outro impedimento ao livre exercício da greve foi a decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia, que manteve a decisão do desembargador Roney de Oliveira, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), determinando o fim da paralisação.