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Durante um protesto, a professora Ilse Velásquez, de 59 anos, morreu após ser atingida por uma bomba de gás e de ser posteriormente atropelada por um veículo. Centenas de professores e estudantes ficaram feridos e mais de 50 foram presos. Segundo informações da imprensa local, cerca de 30% do efetivo policial de Tegucigalpa está envolvido nas repressões.
O setor magisterial está em greve nacional e protesta contra as péssimas condições na educação, privatização, retrocesso de direitos trabalhistas e diminuição de salários. No ultimo ano o governo aprovou uma lei que prevê a descentralização da responsabilidade sobre a educação, através da criação de conselhos municipais. No entanto, os professores lembram que “os municípios não têm dinheiro nem para pagar os salários dos professores, quanto mais para ficarem responsáveis pela educação.”
Além disso, os docentes afirmam que, para financiar o regime golpista, o atual governo roubou o equivalente a US$ 370 mil do Instituro de Previdência Magisterial. Por causa disso, seis mil professores estão com salários atrasados e nove mil não podem se aposentar.
Em carta, o presidente deposto, Manuel Zelaya, condenou as ações repressivas do governo e fez um apelo ao atual mandatário Porfírio Lobo Sosa. Zelaya afirmou que o plano de destruir as organizações magisteriais é um grave erro e uma loucura. Zelaya ainda afirmou que a violência e a repressão só provam que este é um governo inconsciente de sua responsabilidade de proteger a vida das pessoas e apoiar a educação.
De Tegucigalpa (Honduras), para a Radioagência NP, Pilar Rodriguez.