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Transição dos ex-moradores do Pinheirinho dificulta a rotina das crianças (Foto: ©Camilla Feltrin/ Camillasbigscore.wordpress.com)
Em dia de volta às aulas, dezenas de crianças que viviam na comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, brincavam em um dos abrigos oferecidos pela prefeitura da cidade, no Jardim Morumbi. A explicação das mães é simples: sem endereço fixo depois de terem sido despejadas de suas casas, elas foram impedidas de realizar a inscrição dos filhos nas escolas. A reintegração de posse do terreno, que aconteceu no dia 22, trouxe incertezas para o futuro.
“Sem lugar para morar, não tenho muito o que fazer”, conforma-se Andrea Costa Pinto, de 32 anos, mãe de uma criança de 6. Segundo ela, que hoje auxilia nos afazeres da cozinha do abrigo, também existe dificuldade em arrumar vagas nas creches. Os pequenos gastam o tempo nas áreas de convivência dos acampamentos, sem supervisão de adultos.
Os relatos dão conta de que o momento de transição dos ex-moradores do Pinheirinho é entrave para a rotina das crianças. Maria Aparecida Santos, 51 anos, é avó de dois meninos. “Agora o que resta é parar nossas vidas até que as coisas voltem ao seu lugar. Como ficar tranquila quando você não tem segurança, se vai ter de trocar de lugar de uma hora para outra?”, questiona.
Para as crianças previamente matriculadas, a situação continua normal. Os abrigos recebem também crianças portadoras de necessidades especiais, que ficam em locais específicos com ventilação e condições adaptadas. As medidas foram tomadas após visitas de assistentes sociais e de conselhos de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Uma semana após a reintegração de posse considerada truculenta pelo uso de balas de borracha e armas não-letais, os efeitos da ação policial – como abusos e agressões – serão debatidos nesta segunda-feira (30) em audiência pública na Câmara Municipal de São José dos Campos e na quarta (1º), na Assembleia Legislativa de São Paulo.
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