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Estudantes participam de protestos durante greve nacional em Santiago (Foto: ©Victor Ruiz Caballero/ Reuters)
Desde as primeiras horas da manhã, dezenas de marchas se espalharam pela capital, Santiago, e por outros centros do país, o que representa o ápice de um processo de contestação ao Palácio de la Moneda iniciado há três meses por estudantes e professores. São 48 horas de paralisação convocadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Chile. Até as 16h (horário de Brasília), a Subsecretaria do Interior já contabilizava 35 detidos e onze feridos, dando novo indicativo de que o presidente optou por reprimir as manifestações.
“Estes problemas vêm dos governos anteriores”, disse Piñera. “Peço aos que pertencem a partidos que apoiaram governos anteriores e, que de certa forma causaram os problemas, que nos ajudem não a agravá-los mas a resolvê-los”, pregou.
Piñera e seus ministros têm apostado na estratégia de minimizar os massivos movimentos e de criar um discurso que os isole da população, como se fossem uma minoria. “Enquanto tantas e tantos chilenos, incluindo o governo, se esforçam, com trabalho, com dedicação e com vontade, para que o Chile avance, para que o Chile progrida e para que os benefícios possam chegar a cada um de nossos compatriotas, há outros que também se esforçam e lutam para, precisamente o contrário, paralisar nosso país e fazê-lo retroceder”, afirmou o mandatário.
O presidente segue enfatizando que os manifestantes não estão abertos ao diálogo, embora não explique em que termos recusaram a conversa. “Causa dor, como presidente, ver que há alguns que nestes mesmos instantes estão dedicando muito trabalho para que nosso país se paralise, para paralisar a saúde, a educação, as estradas, os portos, os aeroportos, as cidades.”