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Três delegados da Policia Civil de São Paulo podem ser afastados, além de perderem cargos e aposentadorias. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF), nesta segunda-feira (30). Eles são acusados de participação em atos de tortura e homicídios durante a ditadura militar. Aparecido Laertes Calandra, David dos Santos Araújo e Dirceu Gravina eram delegados do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops).
Dirceu Gravina atua na Polícia Civil, em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Os outros dois já estão aposentados. O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, é uma das vítimas citadas no processo. De acordo com o MPF, um dos acusados participou da montagem que tentou simular o suicídio do jornalista Vladimir Herzog, morto na cadeia por agentes Dops.
O presidente do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa de São Paulo, Ivan Seixas é uma das testemunhas. Ele foi preso aos 16 anos, junto com o pai, Joaquim Alencar de Seixas. Depois de ser torturado, Ivan foi colocado em uma viatura. No interior do veículo, havia um exemplar do jornal Folha da Tarde, com a manchete sobre a morte de seu pai, que ainda estava vivo.
Os procuradores da República responsáveis pela ação identificaram os três policiais a partir de depoimentos de ex-presos políticos e parentes de pessoas mortas no período de repressão. Se condenados, eles deverão reparar danos morais coletivos e devolver as indenizações recebidas da União. (com informações da Agência Brasil).