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Por Adriano de Sá GodoI
O assessor da secretaria de Telecomunicações do Minicom, Flávio Lenz, revelou que o sistema nipo-brasileiro de TV Digital já conseguiu atingir 70 milhões de brasileiros – um terço da população – desde que foi implantado, há dois anos e meio. Em sua apresentação no painel, ele fez um retrospecto do processo que levou o Brasil a optar pelo ISDB-T. Na decisão, segundo o assessor, o governo brasileiro levou em consideração quais oportunidades a TV Digital poderia trazer para o país. Flávio Lenz destacou que o sistema oferece imagem em alta definição, aliada a novos serviços que serão possibilitados pelo middleware Ginga, como é o caso da interatividade.
“A TV Digital no Brasil vai ter muito sucesso porque reúne vários fatores que motivam o usuário a migrar para esse sistema, como alta qualidade de imagem e som, aliada a fatores como interatividade e mobilidade”, disse Lenz. Ele ressaltou também a grande penetração da televisão no Brasil, que cobre quase 100% do território nacional, muito superior a outros meios como a internet.
Expansão na América Latina
Os representantes dos governos do Japão e do Peru presentes no seminário reforçaram as vantagens do ISDB-T. O Peru adotou o padrão em abril de 2009 e contou com a cooperação do governo brasileiro. Segundo o diretor-geral de Autorizações em Telecomunicações do Ministério dos Transportes e Comunicação do Peru, Manuel Cipriano, o critério técnico foi o que mais pesou na decisão do governo peruano, já que o sistema nipo-brasileiro era o que mais se adaptava à realidade do país.
O Ministro-Conselheiro da Embaixada do Japão no Brasil, Toshio Kuniata, também destacou a superioridade do modelo nipo-brasileiro, comparando-o com os sistemas europeu e o norte-americano. Kuniata ressaltou a importância da parceria com o Brasil para a implantação do produto em países da América do Sul, além do plano de expansão no continente africano.
Além do Brasil e Peru, mais sete países da América Latina já aderiram oficialmente ao ISDB-T: Argentina, Chile, Equador, Paraguai, Venezuela, Bolívia e Costa Rica. Na Ásia, as Filipinas foram o primeiro país a optar pelo sistema. Junto com Brasil e Japão, essas nações somam uma população de 540 milhões de habitantes.