Compartilhe
Por Victor Farinelli | Santiago
Os manifestantes pediram ao governo que aceite a negociação com os trabalhadores. Entretanto, com a declaração do ministro de Minas e Energia Laurence Golborne, que considera a greve ilegal, o conflito deve se estender pelo menos durante toda a semana.
Entre os apoios já obtidos pelos trabalhadores, se destacam o da CUT (Central Única dos Trabalhadores do Chile) e o da ConFech, principal entidade estudantil chilena. Os estudantes já anunciaram que se somarão às manifestações dos mineiros a partir da quinta-feira (14/07). A estatização do cobre, como medida para financiar a reforma educacional, também faz parte da demanda dos estudantes chilenos.
Leia mais:
Chile defende em Haia validade de fronteira marítima com Peru
García faz primeira visita ao Chile após processo em Haia
Presidente do Chile pede ao Peru que relações bilaterais não sejam abaladas por processo em Haia
Crescente demanda por energia cria impasse entre governo chileno e ambientalistas
Chile deveria investir em energia geotérmica, afirmam especialistas
Em declarações feitas nesta segunda-feira (11/07) em um programa de rádio, o ministro de Minas e Energia, além de declarar a greve ilegal, reiterou que não pretende privatizar a empresa Codelco (a maior empresa estatal chilena, que possui cerca de 33% das jazidas de cobre no país). Golborne disse que, pelo contrário, o investimento do Estado na empresa durante o governo de Piñera “é o maior já feito desde o retorno da democracia ao país”.
A indústria do cobre é o principal motor da economia chilena desde os tempos de Salvador Allende – a estatização da indústria do cobre e a reação dos empresários a esta determinação por parte do ex-presidente socialista foi um dos principais fatores que motivaram o golpe de Estado de 11 de setembro de 1973.
Efe
Hoje, apesar de a estatal Codelco controlar pouco mais de um terço das jazidas do país, o cobre ainda é considerado pelos chilenos uma espécie de símbolo nacional. Segundo dados da Comissão Chilena do Cobre (órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia), o minério é responsável por 53% das exportações do país – em 2010, a média da participação desse produto no total de vendas ao exterior foi de 55%. A mineiração é responsável pelo emprego direto de 220 mil chilenos – a população do país é de cerca de 17 milhões de habitantes.