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07/02/2013 – 06h00
é maior do país
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Após voltarem de um recesso de mais de um mês e trabalharem não mais do que dois dias, senadores e deputados federais esvaziaram o Congresso Nacional e terão agora um feriadão de Carnaval de duas semanas.
Ontem corredores, plenários e gabinetes permaneceram praticamente desertos.
PRINCIPAIS CARNAVAIS DO PAÍS
Salvador – 7 dias
Olinda – 7 dias
Rio – 5 dias
Congresso – 14 dias
Apesar da longa lista de projetos na fila de votação — incluindo o Orçamento de 2013, que deveria ter sido aprovado no ano passado–, os congressistas só voltarão ao batente em Brasília no dia 19.
Com isso, a folga de Carnaval neste ano para os deputados e senadores vai superar com facilidade os dias oficiais das principais folias do país, como em Salvador (sete dias) e Rio de Janeiro (cinco dias).
Apesar de a maioria já estar longe de Brasília, os congressistas não deixarão de receber salário. Isso porque o Senado, presidido por Renan Calheiros (PMDB-AL), transformou as sessões de quinta e sexta após o Carnaval em sessões em que não há votação, o que impedirá qualquer desconto nos contracheques de R$ 26,7 mil.
Ontem, Câmara e Senado já não realizaram votações em consequência da falta de quorum. Embora 59 dos 81 senadores tenham registrado presença no Senado, pouco mais de 10 compareceram à sessão dedicada apenas a discursos.
Tradicionalmente, a quarta-feira é o principal dia de votação –e, juntamente com a terça e a quinta, os únicos em que os parlamentares costumam trabalhar em Brasília.
Além do impasse que emperra a votação do Orçamento, os líderes dos partidos não conseguiram definir os congressistas que vão integrar as comissões permanentes das duas Casas.
Nenhuma comissão pode começar a trabalhar sem que seus integrantes tenham sido indicados, e os presidentes e vices, eleitos.
O presidente do Senado admitiu que a falta de congressistas paralisou as votações, inclusive a do Orçamento. “Quando voltarmos do Carnaval, vamos ter quorum para votar”, disse Renan.
Os poucos deputados e senadores presentes no Congresso argumentaram que a prática de o Legislativo começar os trabalhos depois do Carnaval é algo comum.
“É uma regra o ano começar depois do Carnaval. Eu lamento isso, mas é assim que funciona”, disse o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), primeiro-secretário do Senado.
“Se não deu para mudar o começo, que seja possível mudar o final”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), mencionando citação atribuída a Chico Xavier.
Colaborou ERICH DECAT, de Brasília