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hávez falava durante uma coletiva de imprensa com o presidente uruguaio, José Mujica, no âmbito de um périplo por quatro países da América Latina, que começou na Argentina e o levará ainda à Bolívia e à Colômbia.
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Chávez afirmou que o líder líbio “faz o que tem que fazer” perante o que definiu como uma “agressão imperial”. Chávez afirmou ter conversado “uma ou duas vezes” com Kadafi, que “disse em diferentes ocasiões que não vai sair da Líbia”.
“Acho que Kadafi está fazendo o que tem que fazer, resistindo a uma agressão imperial”, acrescentou. O governante venezuelano indicou também que, concordando ou não com “o que pensa e faz” o líder norte-africano, “não se justifica que um grupo de países o bombardeiem”.
Chávez também aproveitou para fazer mais uma vez um questionamento que tem feito nos últimos dias mas que ninguém repercute, sobre o destino das reservas monetárias líbias.
Segundo ele, em novembro de 2010 “se atreveu” a perguntar a Kadafi onde estavam asseguradas as reservas monetárias da Líbia, ouvindo do líder líbio que estavam “asseguradas na Europa e nos Estados Unidos”.
“Asseguradas? ninguém suspeitava do que iria acontecer”, disse Chávez. “Congelaram essas reservas. Estão roubando mais de US$ 200 bilhões do povo líbio. Estou dizendo isso a um mês e ninguém responde a minha pergunta. Onde estão as reservas do povo líbio? Além disso, querem se apoderar do petróleo do país”, afirmou o presidente venezuelano.
Além disso, Chávez comparou o que acontece na Líbia com a ocupação militar do Afeganistão, e com o assassinato de civis em um ataque da Otan no país asiático.
“Um general ianque saiu pedindo desculpas porque mataram nove crianças no Afeganistão. Um helicóptero achou que eram guerrilheiros porque viram de noite em uma floresta uns sinais que se movimentavam e lhes lançaram bombas. Eram crianças buscando lenha, madeira, crianças pobres”, afirmou.
De acordo com o líder venezuelano, Estados Unidos e Europa “agora vão ajudar os povos à base de bombardeios”. “A loucura imperial suscitada, o cinismo imperial suscitado buscando o petróleo”, opinou.
O governante venezuelano lembrou, além disso, que logo no princípio do conflito fez uma proposta para nomear uma comissão de países mediadores, mas ela acabou descartada pelas potências imperialistas logo de cara.
O presidente do Uruguai, José Mujica, criticou a violenta intervenção na Líbia e afirmou que discorda de qualquer tipo de ingerência militar em qualquer parte do mundo. “Por princípio, o Uruguai se opõe historicamente às intervenções estrangeiras em outros países”.
Com agências