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A Basf e a Shell recorriam de uma decisão dada em primeira instância. Parte da indenização será aplicada no custeio de despesas médicas dos trabalhadores contaminados. Em 1992 foi realizado um estudo ambiental que comprovou a intoxicação crônica de 88 funcionários. Até mesmo os moradores do entorno da fábrica foram atingidos.
De acordo com o integrante do Sindicato dos Químicos de Campinas, Arlei Medeiros, a contaminação provocou a morte de 56 trabalhadores. Já aqueles que sobreviveram e ainda têm condições de trabalhar, não são mais aceitos no mercado.
“Eles saíram mercado com o rótulo de ex-trabalhadores da Shell e da Basf e isso impossibilita de serem realocados em outra empresa, principalmente os mais jovens. Porém, aqueles que já têm idade avançada e vivem com uma aposentadoria de salário baixo sofrem mais. Não conseguem comprar seus remédios, sustentar as famílias, além do impacto emocional.”
O estudo ambiental também comprovou a contaminação do solo e das águas subterrâneas por substâncias cancerígenas. A fábrica entrou em operação na década de 1970 e pertencia à Basf. Mais tarde foi vendida a outra multinacional, que a repassou para a Shell.
No final de 2009, também em Paulínia, a Syngenta apresentou problemas com a produção de agrotóxicos. Na ocasião, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) interditou mil toneladas de produtos sem controle toxicológico e com adulteração na data de validade.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.