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A greve, organizada em protesto contra mudanças desfavoráveis no plano de previdência da companhia, estava prevista para 5 e 6 de outubro e coincidiria com o discurso do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, durante o congresso anual do Partido Conservador.
Algumas horas antes que o presidente do NUJ, Jeremy Dear, anunciasse a suspensão da paralisação, o novo líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, tinha pedido aos funcionários da emissora que não deixassem de transmitir, na quarta-feira, o discurso de seu rival, para evitar acusações de favoritismo ou parcialidade.
“Independente de quem tenha razão na disputa, não deveria ser suspensa a transmissão do discurso do primeiro-ministro”, disse Miliband, lembrando que seu próprio discurso no congresso dos trabalhistas foi visto e ouvido na “BBC”.
Dear deu como razão da suspensão da greve o fato de a direção da rede pública, financiada por uma taxa paga por todas as pessoas que têm televisão, ter melhorado sua oferta quanto às mudanças previstas no plano de pensões, uma proposta que agora será submetida à consulta dos funcionários.
Em junho passado, a direção da “BBC” anunciou uma revisão do sistema interno de aposentadorias para fazer frente a um déficit estimado em 2 bilhões de libras (2,4 bilhões de euros).
Entre as mudanças que tinham despertado indignação entre os funcionários, está a introdução do teto de 1% ao crescimento da parte do salário da qual é descontada a contribuição para a aposentadoria e a obrigação de contribuir com uma maior proporção dos vencimentos.
Apesar da suspensão da greve da próxima semana, a paralisação prevista para os dias 19 e 20 de outubro continua marcada e coincidirá com a apresentação, no Parlamento britânico, do esperado plano de revisão de gastos do ministro da Economia, George Osborne.