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Enoque Arruda e seu companheiro dançavam animadamente ao som da batida eletrônica que contagiava toda a Paulista. Enoque conta que vem à Parada há muitos anos e que gostou do tema desta – ‘Amai-vos uns aos outros’. Apesar de toda a discussão em torno do PL 122 contra a homofobia e a pressão da bancada evangélica, ele diz que se sente mais livre para se expressar do que no passado.
“Eu acho que a escolha desse conceito bíblico foi oportuno e quer demostrar literamente o que ele expressa, a verdade sem preconceito e o amor incondicional”, ressaltou. Privilegiado, Enoque comentou também que o apoio de sua família o ajuda a ser mais confiante para lutar pela causa.
O colorido de uma da maiores paradas LGBT do mundo também chamou a atenção do chinês Fang Ming desde o ano passado. Em 2011, Fang resolveu trazer a filha e a esposa para assistir ao desfile. Em poucas palavras, o funcionário de uma multinacional japonesa explicou que gostou muito do que viu e que queria compartilhar o momento com sua família.
A diarista Rosineide Silva já participou de outras edições e neste ano resolveu trazer a sua mãe, Maria Aparecida, de 71 anos, para conhecer. “Tenho um filho gay e acho importante acompanhá-lo. Faz três anos que prestigio a Parada”, contou Rosineide.
Devidamente vestida para a ocasião, Maria de Nazaré esbanjava simpatia no Vão do Masp. No auge dos seus 72 anos, a viúva comentava que acompanha a celebração desde sua primeira edição, há 15 anos ,e que a cada ano ela fica mais bonita. “Todas as pessoas são feitas da mesma coisa e do mesmo jeito, eu não entendo como alguns podem segregar outros por certas diferenças”.
Parada GLBT paulista ganha importância econômica e social
Com o lema Amai-vos Uns aos Outros: Basta de Homofobia, a 15ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) começou por volta das 13h deste domingo na Avenida Paulista, região central de São Paulo, promovendo a discussão, entre o agito dos trios elétricos, do posicionamento de grupos religiosos que são contrários à aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 122, que criminaliza a homofobia.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que a parada está cada vez mais organizado. “É uma demonstração de cidadania de todos os brasileiros que aqui vivem e que querem uma cidade, um país e um mundo cada vez mais voltado para ações de cidadania, mostrando que a grande maioria dos brasileiros respeita a diversidade e os direitos humanos”.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que o evento traz vários benefícios econômicos para São Paulo, já que entram “mais de R$ 200 milhões na economia da cidade”. Ele também ressaltou a movimentação de turistas, inclusive de outros países, e a importância da parada para a cidadania, “no sentido de se estabelecer direitos, de se evitar intolerância, de se avançar no arcabouço jurídico”.
Com um vestido rosa, cheio de brilho, e definindo-se como uma debutante drag queen, a cantora Preta Gil, diva da parada deste ano, falou que também está na luta pela defesa da lei. “Queremos comemorar o que conseguimos até hoje e continuar a batalha pela aprovação da lei, pela criminalização da homofobia. Esta é a minha luta”.